(Para conhecimento: O texto foi escrito antes da demissão do Ricardo Gomes, confirmada na tarde de hoje.)
Com mais uma derrota na conta, o São Paulo volta a viver uma situação incômoda, ainda que não tenha mais chances de rebaixamento no Campeonato Brasileiro. E assim, mais uma vez, surgirão as notícias sobre mudanças no comando técnico do time.
Ultimamente, as especulações sobre o retorno do Rogério, agora na função de treinador, têm ganho força.
Não se sabe se é apenas uma jogada política (as eleições presidenciais no clube ocorrerão em abril próximo – e o ex-goleiro seria um suporte eleitoral de respeito), ou se o plano é realmente esse. Independente disso, não me parece uma boa ideia. Pelo menos por enquanto.
É inegável que Rogério tem bagagem da época de jogador, e já deu muitas “dicas” de dentro de campo em possíveis alterações no time (o que, inclusive, resultou na briga dele com o Ney Franco e sua posterior saída do comando técnico). Também é inegável que o M1to está se preparando para a nova função: fez cursos na Inglaterra, estágios em outros clubes (como o Sevilla, por exemplo). Mas seria isso suficiente para já comandar uma equipe do tamanho do São Paulo?
Alguns querem traçar um paralelo entra o Rogério e o Guardiola (que teve no Barcelona, em 2008, sua primeira experiência como técnico de um time principal). A única semelhança que vejo nos casos é o fato de serem ex-jogadores tentando uma história como técnico no seu time de origem. Ainda que sua primeira experiência tenha sido no Barça, Pep adquiriu bagagem no time B antes de subir ao time principal. E o Barcelona tem, desde as categorias menores até os profissionais, um padrão de jogo bem definido, o que facilita tanto para um jogador que sobe para a categoria seguinte como para o técnico que dá esse passo. Lembremos que o atual treinador dos catalães, Luis Henrique, também comandou o time B, mas passou por outros clubes antes de assumir o time principal.
Até mesmo o Zidane, que ainda considero cru como técnico, tinha mais experiência que o RC antes de assumir o Real Madri.
Pensando friamente, o ideal neste caso é começar com times de menor expressão ou mesmo nas categorias de base do próprio São Paulo. Como qualquer atividade, você vai evoluindo na medida em que vai trabalhando na função: verifica que treinos dão mais resultado, como trabalhar com diversos tipos de jogador, etc.
Rogério pode dar certo? Claro. Mas acho que é um passo arriscado demais para o maior jogador da história do clube se jogar aos leões deste jeito.
E você, o que acha? Rogério treinador do São Paulo em 2017 daria certo?
Em tempo: Não acho que o Ricardo Gomes seja o técnico ideal para o São Paulo. Para a próxima temporada, o meu escolhido seria o Roger (ex-Grêmio). E uma bela chacoalhada no elenco…
Pro Evolution Sports 